Na última sexta-feira, a SIS contribuiu com a consulta pública da IFRS-ISSB sobre “Sustainability Disclosure Taxonomy”. O grande ponto positivo é o fato de que são propostos indicadores-chave de desempenho por setor econômico. Porém, assim como outros padrões que lhes antecederam sobre divulgações de informações sobre sustentabilidade, fala a atribuição de um peso específico para cada indicador, pois não faz sentido dar a entender que todos possuem idêntico peso. Além deste ponto, enfatizamos outros quatro:
a) focar apenas em aspectos climáticos a essa altura é equivocado e insuficiente; ainda que aspectos sociais não sejam abordados, no mínimo é preciso incluir aspectos relativos à biodiversidade/capital natural;
b) informações climáticas não se limitam à divulgação de emissões GEE, devendo abranger também a preservação de fontes naturais de captura de carbono (mangues, pantanais, florestas) e de regulação climática (as florestas influenciam diretamente no regime de chuvas);
c) é impossível falar em divulgação de informações-chave de natureza ambiental (sejam elas apenas climáticas ou mais abrangentes) sem incluir a divulgação do local das operações com impactos ambientais, inclusive da cadeia de produção, quando essas são até mais relevantes do que as operações diretas;
d) o CO2 não é o único gás com efeito estufa, havendo outros (como metano e óxido nitroso) com poder de aquecimento muito maior, de modo que os indicadores-chave de desempenho para o setor agrícola deveriam ir muito além dos que se encontram na minuta, abrangendo riscos de desmatamento (não abordados) e também os associados ao uso de fertilizantes nitrogenados, pesticidas, destinação de rejeitos e outros presentes na cadeia de valor das empresas que operam em qualquer elo do setor alimentício.
Para saber mais sobre a contribuição da SIS, clique aqui: https://sis.org.br/